RESPOSTA FUNCIONAL DE MACRÓFITAS AQUÁTICAS ÀS CONDIÇÕES DE ESTRESSE HÍDRICO CAUSADO POR MUDANÇAS CLIMÁTICAS: EVIDÊNCIAS SOBRE VARIABILIDADE INTRAESPECÍFICA E TRADE-OFFS

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RESPOSTA FUNCIONAL DE MACRÓFITAS AQUÁTICAS ÀS CONDIÇÕES DE ESTRESSE HÍDRICO CAUSADO POR MUDANÇAS CLIMÁTICAS: EVIDÊNCIAS SOBRE VARIABILIDADE INTRAESPECÍFICA E TRADE-OFFS

Pesquisa Realizada por: Ana Luisa Fares

Ano: 2021

Linha: Mudanças climáticas e conservação da biodiversidade

Bioma: Amazônia


Nível Acadêmico: Doutorado

Nós vemos constantemente o quanto que as mudanças climáticas estão afetando os ecossistemas ao redor do mundo, o que no final traz prejuízos para a nossa sociedade. As plantas, são organismos que tem muito a mostrar sobre as consequências das mudanças climáticas nos seres vivos, tanto por todas as importâncias ecológicas que elas possuem, quanto por serem organismos que são muito ‘plásticos’, ou seja, que têm uma alta capacidade de alterar suas características em resposta às condições ambientais do seu habitat. Por exemplo, algumas plantas conseguem alterar o tamanho de suas folhas, caules e pecíolos e o tamanho da raiz em resposta a condições de estresse como seca ou uma inundação. Elas também podem desenvolver diferentes estratégias que refletem no seu período reprodutivo, como por exemplo antecipar o seu ciclo de vida e ciclo reprodutivo como uma forma de ‘fugir’ das condições adversas, diminuir a sua perda de água para reduzir a desidratação até que as condições adversas passem, ou simplesmente manter o metabolismo mesmo com a diminuição do potencial hídrico dos tecidos em resposta às condições adversas (estratégia de escape, retardo e tolerância à seca, respectivamente). 

Diante de todo este contexto, as plantas aquáticas, chamadas também de macrófitas, ganham destaque, pois elas vivem nos ambientes água doce, que são de extrema importância para a manutenção da vida no planeta, e por isso são muito afetados por mudanças ambientais e climáticas. Além disto, as macrófitas possuem diversos papéis ecológicos nestes sistemas, sendo importantes componentes para a preservação da biodiversidade aquática.   

Os principais objetivos da minha pesquisa são estudar a variação nas características morfológicas e fisiológicas (no ‘funcionamento’) de macrófitas em resposta às variações ambientais naturais, que será com coletas de campo, também de avaliar a variabilidade intraespecífica de macrófitas aquáticas em resposta a condições de estresse hídrico, em especial eventos de seca e cheia, e possíveis alocações de investimento no crescimento da parte subterrânea para a parte aérea das plantas, o que será feito através de um experimento. As coletas serão feitas no estado do Pará, na região norte do Brasil, na Amazônia, e o experimento será realizado na Universidade Federal do Pará. 

Estudos como este trazem subsídio para que a gente entenda como as macrófitas se comportam não só em seu hábitat, mas também em uma situação de estresse em decorrência das mudanças climáticas, como um evento de seca ou cheia extremo. E a partir daí podemos tentar criar formas de mitigar isso caso estas situações ocorram no futuro. 

 Currículo Lattes

Biografia:

Fiz Licenciatura em Biologia na Universidade da Amazônia (UNAMA), onde me formei em 2016. Eu fiz TCC numa área que flertava com a etnobotânica, estudando as pimentas e seu uso na culinária e também seu uso medicinal, e como produto construímos uma pequena coleção de frutos de pimenta. No final da graduação, a ideia de fazer mestrado veio naturalmente. Fiz mestrado no Programa de Pós-Graduação em Botânica (Museu Paraense Emílio Goeldi e Universidade Federal Rural da Amazônia), onde tive meu primeiro contato com as plantas aquáticas (também conhecidas como macrófitas) e comecei a atuar na ecologia. Desenvolvi minha dissertação cujo objetivo era avaliar o efeito de múltiplos usos da terra na diversidade de macrófitas, e obtive o diploma de mestre em 2019, e faz 5 anos que estudo as macrófitas. Atualmente, estou fazendo doutorado no Programa de Pós-Graduação em Ecologia (Universidade Federal do Pará e EMBRAPA), com o enfoque de estudar como diferentes formas de estresse abiótico afetam as respostas funcionais das macrófitas, como elas respondem ao estresse causado por seca e cheia.

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