Restauração ecológica dos biomas brasileiros com recursos do Fundo Socioambiental do BNDES e de instituições apoiadoras
Iniciativa inovadora para uma economia sustentável e de baixo carbono
Mecanismo de Financiamento Amazônia Viva fortalece organizações, negócios e a cadeias da sociobiodiversidade
Capacitação em comunicação ajuda jovens indígenas a ampliar visibilidade de seus territórios e culturas
A rotina das aldeias nas Terras indígenas Tirecatinga, Portal do Encantado e Tereza Cristina, no Mato Grosso, tem sido retratada de forma inédita por jovens indígenas. As atividades culturais e os desafios enfrentados pelos povos Nambikwara, Chiquitano e Bororo ganharam novo reforço pelas lentes dos novos comunicadores. Eles participaram de uma oficina em comunicação e aprenderam conceitos e práticas no uso de celular para captação de imagens e vídeos, bem como técnicas para divulgar uma boa história. A capacitação, do projeto “Ancestralidade e novas práticas: reunindo saberes para a proteção e gestão territorial indígena”, apoiado pelo Programa COPAÍBAS, aconteceu em setembro passado, em Cuiabá. Em Tirecatinga, Suyani Terena, de 19 anos, já aplica o que aprendeu para melhorar sua atividade de comunicadora. Ela leva seus registros para mais de 60 mulheres que vivem nas aldeias de seu território, além de alimentar, com imagens e vídeos que produz, o perfil da organização Thutalinansu na rede social. Lá, eles divulgam feiras, palestras, produtos de artesanato e intercâmbios entre indígenas. “Foi a primeira vez que participei de um treinamento deste tipo e já coloquei em prática o aprendizado com bons resultados. Melhorou tanto a minha rotina em atividades como envios de informações por mensagens pelo celular, quanto nas postagens que faço nas redes sociais da organização”, avalia a jovem, que se aproximou das câmaras aos 17 anos e já teve premiado um curta-metragem de sua autoria, “Sawana – Rainha das formigas”, pela Universidade Federal de Mato Grosso. Na TI Tereza Cristina, o jovem Evandro Parabara, também de 19 anos, começou a produzir vídeos sobre a agricultura familiar após a participação nas oficinas. O objetivo dele é valorizar as práticas agrícolas indígenas. “Uso o que aprendi para registrar melhor e apresentar o que temos”, conta. O treinamento foi realizado pelo Instituto Centro de Vida (ICV) em Cuiabá. “A formação de comunicadores indígenas é extremamente importante, porque fortalece a comunicação para dentro e para fora dos territórios, mas, principalmente, para dentro. Além disso, destaca o protagonismo indígena e ressalta a importância da participação deles”, explica o coordenador do projeto, Rodrigo Marcelino.
Ler notíciaNovo centro de distribuição e comercialização fortalece cooperativados do agroextrativismo do pequi em Minas Gerais
Com apoio do Programa COPAÍBAS, a última safra de pequi beneficiada pela Cooperativa dos Agricultores Familiares e Agroextrativistas Grande Sertão Ltda., em Minas Gerais, registrou um aumento de 20% em relação ao ano anterior. A maior produção extrativista gerou uma melhor renda para mais de 100 famílias de pequenos agricultores e extrativistas, que fazem parte do projeto ‘Pequi do Gerais’, coordenado pela cooperativa. No total, foram coletadas 409 toneladas do fruto. A média de renda para cada família pelos meses de coleta, de novembro a fevereiro, foi de R$2.802,30. O agroextrativismo dos frutos do Cerrado ganhou um reforço com a aprovação do projeto de lei nº 1970/2019, sancionado em janeiro de 2025, que cria a Política Nacional para manejo sustentável, plantio, extração, consumo, comercialização e transformação do pequi e demais frutos do Cerrado. E proíbe a derrubada predatória de pequizeiros, exceto quando autorizada pelo órgão competente, impulsionando a exploração econômica sustentável por comunidades tradicionais. A cooperativa, que tem em sua maioria lideranças femininas, ampliou a capacitação técnica, aumentou os acessos aos mercados e, neste mês de março, finaliza as reformas de um Centro de Distribuição e Comercialização, em Montes Claros. “Há um ano estamos executando esse projeto, com apoio do COPAÍBAS, tivemos ótimos resultados. Esse centro de distribuição, além absorver a matéria-prima, é também local de processamento dos frutos que se transformam em produtos como molhos e geleias. Para isso, adquirimos equipamentos como seladoras à vácuo e batedeiras de pequi, que permitem a extração do óleo. Tem sido uma boa oportunidade para ampliar a geração de renda para as populações tradicionais em mais municípios da região”, explica o coordenador do projeto ‘Pequi do Gerais’, José Fábio Soares. Manejo sustentável Naiara Oliveira, de 36 anos, coletou 50 sacas de pequi, o equivalente a 1 tonelada, entre novembro do ano passado a janeiro deste ano, e garantiu o sustento da família e seus três filhos pequenos. Há oito anos, ela atua na coleta, na área rural em Montes Claros, norte de Minas Gerais. Com o projeto ‘Pequi do Gerais’, ela passou a realizar o manejo sustentável, com o máximo aproveitamento do fruto, a partir das oficinas e da cartilha “Pequi: Boas Práticas para o extrativismo sustentável e técnicas para o beneficiamento” ofertada aos cooperativados. Clique aqui e acesse a cartilha completa. “Eu sempre coletei pequi, mas não sabia fazer o processamento de um bom modo, e perdíamos frutos porque começava a escurecer e amargar. Se a gente faz o processamento da forma correta, garantimos a sustentabilidade (do negócio) com qualidade, não só para gente, mas também para as outras pessoas que compram. Com essa renda, a gente consegue manter a agricultura familiar viva e ter alimentação com dignidade”, garante a agroextrativista. Muito conhecido nos pratos tradicionais da culinária regional, o pequi combina com arroz, frango, pode ser usado como recheio de empadão e é transformado em conservas, óleo, licores, doces e molhos. A agroextravista, Edlaine Pereira Mota, de 38 anos, cresceu coletando pequi e se alimentando dele. “Mexo com pequi desde pequena. Meus pais me ensinaram, e, hoje, trabalho com o processamento dele. Foi na cooperativa que aprendi a despolpar com qualidade o fruto. Também vendo a castanha do pequi em feiras. É um produto muito valorizado. Aproveitamos tudo no pequi”, garante. A cooperativa Grande Sertão também beneficia outros frutos do Cerrado, como buriti, baru, fava d’anta, araticum, coquinho azedo e mangaba e os transforma em produtos processados como óleo, polpa, creme, conservas, farinhas e castanhas. O Programa COPAÍBAS tem como um dos objetivos contribuir para a promoção de alternativas econômicas que preservem as florestas e a vegetação nativa por meio do fortalecimento das cadeias de arranjos produtivos locais.
Ler notíciaParques Biribiri e Serra Negra, em Minas Gerais, planejam melhoria no acesso à cachoeiras e trilhas com apoio de COPAÍBAS
Com dezenas de cachoeiras, mirantes com vista para a Serra do Espinhaço e cavernas com pinturas rupestres, os Parques Estaduais Biribiri e Serra Negra, ambos em Minas Gerais, acabam de finalizar seus Planos de Uso Público, que busca garantir uma gestão mais inclusiva, organização das atividades de visitação e melhorias nas sinalizações de seus atrativos. Complementar ao Plano de Manejo— documento técnico que estabelece as normas e o zoneamento para o uso de uma Unidade de Conservação —, o Plano de Uso Público, que contou com o apoio do Programa COPAÍBAS, reforça a gestão com tomadas de decisões baseadas nas necessidades e realidades de cada Unidade de Conservação, auxilia no planejamento da visitação e reconhece o grande potencial do uso público para a promoção da cidadania e educação ambiental. “A partir dele, é possível compreender o índice de atratividade destes destinos, classificá-los, e, ainda, definir as possíveis estruturas a serem implementadas nestas áreas”, explica a analista ambiental do Instituto Estadual de Florestas, Cristiane Fróes, que participou da construção dos documentos. Com quase 17 mil hectares, o Parque Estadual do Biribiri é cercado por águas cristalinas. A unidade tem um alto índice de visitação pela proximidade com a cidade histórica Diamantina e facilidade de realização das trilhas curtas para as cachoeiras, como a da Sentinela e dos Cristais, o que torna o parque uma das maiores atrações do ecoturismo na região central da Serra do Espinhaço. “A proximidade com Diamantina, cidade considerada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), movimenta boa parte da economia regional em torno do turismo, e as cachoeiras do Biribiri estão entre os atrativos naturais mais procurados da região, o que realça a importância da elaboração do Plano de Uso Público para orientar melhor as atividades”, explica Rodrigo Zeller, gestor da unidade. Já o Parque Estadual Serra Negra, com mais de 13 mil hectares remanescente de Mata Atlântica e Cerrado, e também inserido na Cadeia do Espinhaço, é um destino turístico ainda pouco conhecido fora do estado de Minas. Situado no município de Itamarandiba, a 414 km de Belo Horizonte, a região tem cachoeiras e mirantes, como a Torre e o pico Tromba D´anta, além das trilhas do Lobo Guará e da Jaguatirica. “O plano vai nos ajudar a orientar pesquisas mais detalhadas nas cavernas para abertura de novos atrativos. O processo de elaboração do documento também nos trouxe a necessidade de olhar para a temática de gênero, com inclusão de mulheres não somente nos conselhos, mas também nas atividades com o entorno”, explica Wanderley Pimenta Lopes, gestor do Parque Estadual Serra Negra. O Programa COPAÍBAS tem como um dos objetivos contribuir para a conservação de áreas de vegetação nativa do Cerrado. Outras duas Unidades de Conservação apoiadas pelo Programa, os parques estaduais Serra Nova e Talhado e Serra do Cabral, ambos em Minas Gerais, também já finalizaram seus Planos de Uso de Público.
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