CARACTERIZAÇÃO ISOTÓPICA DE ÁREAS DE INTERESSE AO TRÁFICO DE AVES SILVESTRES NO ESTADO DA BAHIA
Pesquisa Realizada por: Antonio Iderval Sodré Neto
Ano: 2022
Bioma: Mata Atlântica
Nível Acadêmico: Doutorado
O tráfico de animais silvestres é um mercado ilegal responsável pelo declínio populacional de inúmeras espécies silvestres, mundialmente. No Brasil, uma das práticas mais comuns associadas a este mercado ilícito é a comercialização de aves silvestres nativas.
Uma das formas de combater o tráfico de aves silvestres efetivamente é por meio da fiscalização e apreensão. Infelizmente, o caráter furtivo envolvido na captura, transporte e comercialização dificulta a tomada de ações adequadas. A maioria das apreensões é realizada em rota de transporte, e na maioria das vezes o local de origem das aves apreendidas é desconhecido. A falta de informações relacionadas a origem desses animais também impõe um obstáculo sobre ações de reintrodução de animais reabilitados em seus habitats naturais.
Entretanto, o avanço de técnicas relacionadas ao rastreamento de fauna silvestre tem mostrado potencial para evidenciar incógnitas associadas ao tráfico de aves silvestres. Uma delas, a análise de isótopos estáveis, pode apontar o local de origem de animais apreendidos a partir da composição atômica dos seus tecidos biológicos. Propomos aplicar essa técnica para determinar origem de Saltator similis apreendidos no estado da Bahia, um estado descrito como uma das principais áreas fonte ao tráfico de aves silvestres a nível nacional. Os resultados esperados podem servir de base para ações de fiscalização e reintrodução de fauna apreendida mais precisas e efetivas.
Biografia:
Me chamo Antonio Neto. Desde a graduação em ciências biológicas, cursada na Universidade Federal da Bahia na cidade de Vitória da Conquista, trabalha com questões relacionadas ao tráfico de aves silvestres, com interesse principal em métodos para caracterizar e mitigar os impactos desse mercado ilícito ao ambiente natural. No mestrado em Ecologia e Conservação da Biodiversidade, realizado na Universidade Estadual de Santa Cruz, abordou a questão da caça para comercialização sob um ponto de vista etnoecológico; caracterizando os principais hábitos e motivadores por trás desta prática, partindo de contextos sociais, econômicos e ambientais. Atualmente, o foco de sua pesquisa é a aplicação de metodologias associadas à análise de isótopos estáveis ao rastreamento de fauna silvestre apreendida.