BIOACUMULAÇÃO DE MERCÚRIO NA CADEIA TRÓFICA AQUÁTICA E TERRESTRE DE UMA PLANÍCIE DE INUNDAÇÃO NEOTROPICAL

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BIOACUMULAÇÃO DE MERCÚRIO NA CADEIA TRÓFICA AQUÁTICA E TERRESTRE DE UMA PLANÍCIE DE INUNDAÇÃO NEOTROPICAL

Pesquisa Realizada por: Lucas Cabrera Monteiro

Ano: 2021

Linha: Conservação manejo e uso sustentável de fauna e flora

Bioma: Cerrado


Nível Acadêmico: Mestrado

O mercúrio (Hg) é um elemento químico disponível naturalmente na crosta terrestre, no entanto, sua emissão por atividades humanas se tornou uma preocupação global. O desmatamento e a conversão de áreas nativas pela agricultura e pecuária, por exemplo, podem resultar na maior emissão de Hg para a atmosfera, assim como na intensificação do transporte do Hg para os corpos d’água.  

O rio Araguaia é considerado o principal sistema fluvial da região Centro-Oeste brasileira, compreendendo os biomas Pantanal, Cerrado e Amazônia. No entanto, sua integridade ecológica vem sendo constantemente ameaçada pelo desmatamento, atividades agropecuárias, e propostas para a construção de usinas hidrelétricas em sua bacia hidrográfica.  

Uma vez transportado para os ecossistemas aquáticos, o Hg pode ser bioacumulado por diferentes grupos de organismos, como organismos planctônicos, plantas aquáticas e peixes. Nos ecossistemas terrestres, o Hg armazenado nos solos e nas folhas pode ser transportado para os insetos. Nesse sentido, este projeto tem como objetivo caracterizar as concentrações de Hg em organismos aquáticos (fitoplâncton, zooplâncton, perifíton, macrófitas, macroinvertebrados e peixes) e terrestres (artrópodes), bem como em compartimentos abióticos (água, sedimento, solo e serapilheira), de lagos e ambientes terrestres adjacentes situados na planície de inundação do rio Araguaia.  

A alta toxicidade, elevada persistência ambiental, e a capacidade de propagação atmosférica do Hg culminaram na Convenção de Minamata, um tratado internacional que tem como objetivos principais controlar suas fontes de emissão e mitigar os riscos à saúde humana e ao ambiente associados à sua exposição. Assim, a investigação da bioacumulação de Hg na base das cadeias tróficas aquáticas é fundamental para compreender o processo de biomagnificação (ou seja, o acúmulo progressivo do Hg ao longo dos níveis tróficos), e como isto afeta os peixes, que são a principal via de exposição não ocupacional deste poluente para as populações humanas. Além disso, conhecer as concentrações naturais do Hg e quais variáveis ambientais e antrópicas influenciam o seu ciclo biogeoquímico, é importante para subsidiar programas para o controle da poluição e conservação da biodiversidade na região. 

Currículo Lattes

 

Biografia:

Graduado em Gestão Ambiental pela Faculdade UnB Planaltina, e mestrando em Ecologia também pela Universidade de Brasília. Durante a graduação, participei de projetos sobre educação ambiental para a crise climática, e sobre o ciclo biogeoquímico e avaliação da poluição por mercúrio em ambientes aquáticos e terrestres do bioma Cerrado. Atualmente, meu projeto de pesquisa, apoiado pelo FUNBIO, Instituto Humanize e Eurofins Foundation, tem como objetivo analisar a bioacumulação de mercúrio nas cadeias tróficas aquáticas e terrestres da planície de inundação do rio Araguaia, avaliando a influência das atividades humanas (como cidades, agricultura e pastagem) e das características ambientais na distribuição do mercúrio em lagos e ecossistemas terrestres adjacentes.

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