Cinquenta e quatro regurgitados (alimentos que foram devolvidos pela boca a partir do estômago, após serem ingeridos, mas antes de serem completamente digeridos) foram triados, totalizando 399 itens alimentares, de 24 espécies e 18 famílias de peixes.

Deste total, 54,4% são espécies de peixes de fundo (demersais), 42,6% de espécies animais que nadam em águas abertas (pelágicas) e 3% não identificadas em nível de espécie (7 gêneros, 2 famílias e 2 ordens). O maior item alimentar identificado foi o peixe-espada (Trichiurus lepturus) (Trichiuridae), medindo 40,0 cm de comprimento total, enquanto o menor item foi a sardinha-mole.

As assembleias de peixes foram significativamente diferentes entre os sistemas. As baías tiveram o maior número de espécies, enquanto as lagoas tiveram a maior abundância numérica e biomassa.

Os animais que se alimentam de placton dominaram em abundância numérica em todos os sistemas, enquanto os oportunistas dominaram em biomassa.

Os bentívoros contribuíram muito em abundância para as baías, os oportunistas para as lagoas costeiras e os hiperbentívoros para as praias oceânicas.

A transparência da água e a temperatura explicaram uma pequena parte da variação na estrutura da comunidade.

Este estudo destacou o papel complexo que os fatores locais têm na distribuição dos peixes nas espécies e níveis tróficos.

Essas abordagens foram eficientes para descrever a estrutura e o funcionamento das assembleias nesses diferentes sistemas costeiros. Isso deve ser visto como essencial para qualquer comparação de sistemas costeiros e, em particular, para o planejamento e conservação.