Funbio - Movimentos e rotas migratórias, limites geográficos e ecologia espacial

Visão Geral

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Os movimentos e rotas migratórias de espécies marinhas envolvem deslocamentos periódicos, essenciais para a sobrevivência de muitas das que vivem no oceano. Esses movimentos, que podem ser sazonais ou influenciados por fatores como alimento e condições ambientais, desempenham um papel crucial na conexão de habitats e na dinâmica das populações. A pesquisa recente sobre o mapeamento das áreas de ocorrência de espécies como o tubarão-martelo, usando marcas via satélite, e a identificação de áreas prioritárias para a conservação, ilustra a importância desses estudos para a proteção das espécies. Os limites geográficos e a ecologia espacial das espécies marinhas referem-se à distribuição e aos habitats ocupados ao longo de suas vidas. A análise espacial de manguezais e áreas costeiras mostrou como diferentes espécies, como os robalos e tubarões e raias, dependem de habitats específicos em momentos críticos de seus ciclos de vida. Compreender esses padrões é vital para a gestão eficaz e a conservação, permitindo proteger áreas críticas como zonas de alimentação e desova. Além disso, a pesquisa sobre a conectividade genética (a forma como diferentes populações de uma espécie estão conectadas através da reprodução) entre populações e a identificação de áreas de berçário (locais de reprodução, ou zonas de crescimento) para espécies ameaçadas reforça a necessidade de áreas marinhas protegidas.

Principais achados

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Mapeamento das áreas de ocorrência e densidades populacionais dos guaiamuns ao longo do Rio São João, Cabo Frio e Casimiro de Abreu.

Mapeamento por sensoriamento remoto (técnica em que se usa satélites para mapear áreas sem precisar estar fisicamente nelas) das áreas ocupadas por manguezais em todo a costa fluminense.

Análise espacial e temporal das últimas quatro décadas, por meio de técnicas de sensoriamento remoto das áreas ocupadas por manguezais do estado do Rio de Janeiro.

Implementação de 4 marcas via satélite com transmissão de dados para identificar a ecologia espacial do tubarão-martelo na costa do Sudeste do Brasil.

Mapeamento das áreas de maior riqueza de espécies e diversidade funcional de elasmobrânquios (tubarões e raias) mais vulneráveis às atividades humanas, identificando as áreas prioritárias para a conservação das espécies.

Objetivos alcançados

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Identificação dos padrões de movimento, migração e uso do habitat pelo bonito-listrado no Atlântico Sul e suas correlações com indicadores ambientais.

Identificação do modelo de avaliação de estoque mais adequado visando a sustentabilidade das pescarias do bonito-listrado.

Avaliação da conectividade genética entre áreas de pesca da costa brasileira e de outras regiões do Atlântico, determinando limites geográficos entre os diferentes estoques do bonito-listrado e estimando seu tamanho populacional efetivo.

Realização de análises filogeográficas para a identificação e avaliação de estoques pesqueiros (determinação do alcance geográfico e tamanho populacional) de quinze espécies de grande importância comercial no Rio de Janeiro: dourado (Coryphaena hippurus), bonito-listrado (Euthynnus alletteratus), linguado (Paralichthys patagonicus), peixe-rei (Percophis brasiliensis), pescada-foguete (Cynoscion jamaicensis), pargo (Pagrus pagrus), garoupa (Epinephelus marginatus), viola ou raia-viola (Pseudobatos cf. horkelli), cação-anjo (Squatina guggenheim), cação-frango (Rhizoprionodon lalandi), cação-cachorro (Rhizoprionodon porosus), lula (Doryteuthis plei), camarão-branco (Litopenaeus schmitti), sardinha-boca-torta (Harengula clupeola), sardinha-bandeira (Opisthonema oglinum).

Descrição de como as comunidades de organismos que vivem no fundo do mar (comunidade bentônica) estão distribuídas no espaço e ao longo do tempo, tanto em áreas com fundo rochoso quanto em áreas com fundo arenoso ou lamacento.

Padrões de movimentação, migração e conectividade de populações das espécies de peixes como de importância ecossistêmica que utilizam os ambientes lagunares do estado do Rio de Janeiro.

Identificação dos padrões de uso do habitat manguezal pelas espécies de robalo (Centropomus paralellus e Centropomus undecimalis).

Avaliação espaço-temporal do estado de conservação e contaminação dos manguezais do estado do Rio de Janeiro.

Ecologia espacial de espécies ameaçadas de elasmobrânquios por meio do uso de telemetria (tecnologia usada para rastrear os movimentos de animais à distância).

Mapeamento e determinação de áreas prioritárias para a conservação de elasmobrânquios na costa do estado do Rio de Janeiro.

Entregas e resultados

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Gráficos interpretativos dos movimentos horizontais e verticais de 7 indivíduos de bonito-listrados marcados.

Estabelecimento das melhores áreas intangíveis a partir dos padrões de uso de habitat e movimentação de espécies ameaçadas na RESEX Marinha do Arraial do Cabo.

Estabelecimento dos limites geográficos e demográficos dos estoques pesqueiros do RJ para C. hippurus, E. alleteratus e X. gladius:

Os resultados indicam que para C. hippurus a população se divide de acordo com a região na costa brasileira; uma forte estruturação para E. alleteratus entre as populações do da costa do Brasil e do Mar Mediterrâneo (Turquia); e X. gladius com forte estruturação entre a população da costa do Brasil e a da Europa. Esses resultados são fundamentais para se determinar os limites de estoques pesqueiros sob uma perspectiva genética.

Padrões de movimentação e conectividade das populações de robalos (Centropomus paralellus e Centropomus undecimalis):

259 robalos marcados em diferentes pontos da Baía de Guanabara, na APA de Guapi-Mirim e na área adjacente vinculadas aos ambientes de manguezal.

Três robalos recapturados, indicando padrões de movimentação e uso do habitat manguezal e área adjacente.

Determinação do grau de conservação das florestas de mangue do estado do Rio de Janeiro.

Mapas de distribuição de abundância do tubarão-martelo (Sphyrna lewini), cação-anjo (Squatina guggenheim), raia-viola (Pseudobatos horkelli), raia-borboleta (Gymnura altavela), raia-chita (Atlantoraja platana), cação-cachorro (Rhizoprionodon porosus), raia-pintada (Dasyatis hypostigma).

Base de dados espaço-temporais de maior ocorrência das espécies-alvo do projeto em estágios frágeis do seu ciclo de vida.

Identificação de mais de uma área de berçário para o cação-anjo-espinhoso, (Squatina guggenheim) e para a raia-viola (Pseudobatos horkelli), que poderiam ser consideradas como áreas de proteção mais efetivas.

Artigo: Future ocean observations to connect climate, fisheries and marine ecosystems

Tese: Ecologia trófica e migração de Katsuwonus pelamis no Oceano Atlântico Sudoeste

Capítulos de Livro: - A dinâmica oceanográfica da área de pesca do bonito-listrado no Atlântico Sudoeste. - Uso de marcas eletrônicas para identificação de padrões de movimentação do bonito-listrado. - Genética do bonito-listrado na costa brasileira: conectividade e aspectos demográficos. - Avaliação de estoque do bonito-listrado no Atlântico Sudoeste.

Artigo: A fauna de peixes do estuário do Rio Macaé e do Arquipélago de Santana e sua relevância para a conservação e gestão ambitental

Artigo: New distributional and morphological data of two species of catsharks, genus Scyliorhinus Blainville, 1816 (Carcharhiniformes: Scyliorhinidae), from the western South Atlantic

Artigo: Taxonomy and Distribution of Deep-Sea Bigscales and Whalefishes (Teleostei: Stephanoberycoidei) collected off Northeastern Brazil, including Seamounts and Oceanic Islands of the region

Resumo: Community structure and spatial distribution of nocturnal fish on a rocky reef in Southwest Atlantic

Dissertação: Estrutura espacial e temporal dos anelídeos poliquetas associados ao substrato inconsolidado na Reserva Extrativista de Arraial do Cabo, Rio de Janeiro

Dissertação: Variação espaço-temporal da comunidade bentônica do infralitoral de Arraial do Cabo (RJ), Brasil

Dissertação: Área de vida e movimentação de duas espécies de peixes-papagaio em uma reserva marinha brasileira

Resumo: Modelagem espacial das capturas e ações prioritárias para conservação de elasmobrânquios no sudeste e sul do Brasil