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SOCIOAMBIENTAL
 
CONHECIMENTO TRADICIONAL
 
O conhecimento tradicional das comunidades pesqueiras, aliado à ciência, orienta a conservação de espécies e a preservação da cultura costeira.
SOCIOAMBIENTAL
 
CONHECIMENTO TRADICIONAL
 
O conhecimento tradicional das comunidades pesqueiras, aliado à ciência, orienta a conservação de espécies e a preservação da cultura costeira.
Visão Geral
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O conhecimento tradicional na pesca engloba práticas, técnicas e percepções transmitidas ao longo de gerações por comunidades pesqueiras ao redor do mundo. Este conhecimento é fundamentado na observação detalhada do ambiente marinho, na compreensão dos ciclos naturais e na adaptação às condições locais. Com uma abordagem integrada e holística, o conhecimento tradicional oferece insights valiosos sobre a conservação dos recursos pesqueiros, a seleção de áreas de pesca sustentáveis e o manejo eficaz dos ecossistemas marinhos. Além disso, estudos recentes com pescadores artesanais têm destacado como suas observações sobre mudanças nos padrões de espécies como a tainha e tubarões no Estado do Rio de Janeiro podem complementar a ciência contemporânea na gestão de recursos pesqueiros. Nos dias de hoje, onde a sustentabilidade é um imperativo global, o reconhecimento e valorização do conhecimento tradicional na pesca são essenciais. Ao combinar saberes ancestrais com práticas científicas contemporâneas, como a investigação das alterações no tamanho corporal das tainhas e a presença de populações, é possível desenvolver estratégias de manejo pesqueiro mais eficientes e adaptáveis. Além disso, o conhecimento tradicional oferece uma base cultural e ética para a gestão dos recursos pesqueiros, promovendo o uso responsável do oceano e a preservação das tradições locais. A integração dessas perspectivas contribui não apenas para a sustentabilidade da pesca, mas também para a conservação dos ecossistemas marinhos e o bem-estar das comunidades dependentes desses recursos.
Principais achados
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Pescadores apontaram novos padrões de tamanho para a tainha, como uma provável redução no tamanho corporal máximo dos peixes e no tamanho de primeira maturação.
Objetivos alcançados
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Investigação do conhecimento de comunidades de pescadores artesanais a respeito da ecologia da tainha Mugil liza, comparando com o conhecimento científico.
Identificação de possíveis alterações ecológicas decorrentes da sobrepesca, utilizando o conhecimento ecológico local de pescadores artesanais.
Análise e possíveis adequações ao Plano de Gestão Local da atividade pesqueira do guaiamum na APA da Bacia do Rio São João/Mico-Leão-Dourado considerando os conhecimentos tradicionais e científicos.
Entregas e resultados
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Conhecimento ecológico dos pescadores sobre a tainha na Baía de Sepetiba:

Foram realizadas 40 entrevistas;

As informações dos pescadores coincidem com a literatura para aspectos da biologia da espécie, como período reprodutivo, padrões de alimentação e relações parasitárias;

No entanto, novos padrões foram descritos pelos pescadores. Esses novos padrões apontaram para uma provável redução no tamanho corporal máximo dos peixes e no tamanho de primeira maturação;

Além disso, apontam para um período adicional de reprodução no verão, e a presença de ventos de norte e leste favorecendo o aparecimento de indivíduos na Baía de Sepetiba;

Os pescadores associaram essa época de desova a uma possível população residente que fica a maior parte do tempo sob estruturas formadas por cais de megaempresas na Baía de Sepetiba. Além disso, a tainha pode estar formando diferentes populações no litoral Sudeste-Sul do Brasil, com parte dessas populações entrando na Baía de Sepetiba;

Esses pontos levantados precisam ser testados por meio de estudos biológicos, que possam auxiliar no manejo e conservação deste importante recurso pesqueiro nas regiões sudeste e sul do Brasil.

Identificação de processos de extinção local e/ou inclusão de novas espécies de importância comercial a partir do conhecimento tradicional, de São Francisco de Itabapoana a Armação de Búzios.

Foram entrevistados 85 pescadores artesanais;

Os registros citados pelos pescadores mostraram redução na escala e no número de grandes eventos de captura de tubarões, com queda de 62,4% na captura total, ao mesmo tempo em que se tornaram 60% mais raras as ocorrências de grandes capturas nos últimos 20 anos;

O estudo permitiu resgatar e adicionar mais dois registros da presença do tubarão-branco, Carcharodon carcharias, em águas brasileiras, espécie com rara ocorrência previamente reportada na costa atlântica da América do Sul;

Outros registros foram feitos como o do tubarão-tigre Galeocerdo cuvier, com quatro capturas relatadas, indicando a presença de indivíduos juvenis e adultos na região. Assim como grandes capturas em volume de produção do tubarão-galha-preta Carcharhinus brevipinna, em Arraial do Cabo, em 2005. Também foi resgatada a captura de um exemplar do robalo-flecha Centropomus undecimalis, que pode ser o registro de maior tamanho para a espécie. O peso reportado para o espécime capturado foi de 30 kg, o que potencialmente representaria um indivíduo de cerca de 1,5m de comprimento total (CT). Tais dimensões são superiores aos recordes reportados para o gênero no Brasil (1,13m CT) e no restante do Atlântico Ocidental (24,3 kg) (IGFA 2019);

O conhecimento tradicional demanda que as novas gerações sejam capacitadas pelas gerações anteriores para minimizar a perda do conhecimento transmitido. Dessa forma, quando a mudança de paradigma se traduz em alterações na composição e biomassas, a perda do conhecimento tradicional também estimula a perda na capacidade de reconhecer a fauna local, o que inviabiliza que mudanças desses componentes sejam perceptíveis pelas gerações seguintes.

Livro: Os conhecimentos ecológicos tradicionais sobre a pesca do guaiamum em áreas protegidas do rio São João
Artigo: A tale that never loses in the telling: Considerations for the shifting ethnobaseline based on artisanal fisher records from the southwestern Atlantic
Subprojeto do Pesquisa Marinha - Otólitos
Subprojeto do Pesquisa Marinha - Recursos Pesqueiros
Subprojeto do Pesquisa Marinha - Guaiamum
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A realização do Projeto Pesquisa Marinha e Pesqueira é uma medida compensatória estabelecida pelo Termo de Ajustamento de Conduta de responsabilidade da empresa PRIO, conduzido pelo Ministério Público Federal – MPF/RJ.
Um site datadot
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A realização do Projeto Pesquisa Marinha e Pesqueira é uma medida compensatória estabelecida pelo Termo de Ajustamento de Conduta de responsabilidade da empresa PRIO, conduzido pelo Ministério Público Federal – MPF/RJ.
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