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Iniciativa do Mato Grosso recebe prêmio de melhor exemplo de mobilização social
AquaREla Pantanal foi uma das vencedoras do XIII Prêmio Hugo Werneck de Meio Ambiente e Sustentabilidade – e a única representante do Pantanal entre as premiadas. A iniciativa foi premiada na categoria “Melhor Exemplo de Mobilização Social”. No total, 117 projetos de todo o país concorreram ao prêmio, oferecido pela revista Sou Ecológico. A premiação foi entregue em fevereiro, em Belo Horizonte (MG).
“Isso nos estimula e incentiva a continuar. O projeto mudou minha vida e da minha comunidade. Hoje, temos mais consciência de que fazemos parte do meio ambiente e que, cuidando dele, todo mundo se beneficia. Espero que a iniciativa cresça e envolva cada vez mais pessoas”, diz a viveirista Miriam Amorim, da comunidade pantaneira São Pedro de Joselândia, em Barão do Melgaço (MT). A iniciativa apoiou a construção de um viveiro para produção de mudas nativas na comunidade.
Junto com a Mupan – Mulheres em Ação no Pantanal e a Wetlands International Brasil, o Polo Socioambiental Sesc Pantanal é uma das organizações envolvidas na AquaREla Pantanal. A iniciativa visa recompor a vegetação nativa atingida pelo fogo dentro da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Sesc Pantanal, no Mato Grosso.
“Um reconhecimento dessa importância no cenário nacional é muito representativo e simbólico, pois, das cinzas dos grandes incêndios de 2020, vimos nascer uma rede de proteção ao Pantanal formada por diversos atores, com muita resiliência, força e união”, destaca a gerente-geral do Polo Socioambiental Sesc Pantanal, Cristina Cuiabália.
Ao mesmo tempo, gera renda e promove o desenvolvimento comunitário. Um exemplo disso é o apoio da iniciativa à construção de dois viveiros para produção de mudas nativas dentro das comunidades pantaneiras de Capão do Angico, em Poconé (MT), e São Pedro de Joselândia, em Barão do Melgaço (MT). As comunidades recebem suporte técnico e treinamentos para o trabalho nos viveiros.
“AquaREla Pantanal é um sopro de esperança, não só para os animais e as plantas, que tanto sofreram com o fogo, mas também nos traz uma nova força enquanto pessoas, principalmente nós, mulheres. Por causa da iniciativa, a gente voltou a se movimentar e trabalhar unidas. Isso ajudou nossa comunidade a enxergar o potencial que tem e o que podemos fazer quando unidos”, afirma a viveirista da comunidade de Capão do Angico, Natalice da Costa.
Atualmente, 10 famílias participam das atividades da iniciativa. Os moradores coletam sementes nativas, produzem mudas em novos viveiros e realizam plantios e a manutenção das áreas em restauração na unidade de conservação.
“Esse trabalho só é possível porque mulheres das duas comunidades tradicionais abraçaram a iniciativa com a gente. AquaREla Pantanal tem essa característica do protagonismo feminino porque as mulheres estão à frente dos viveiros, pesquisa, gestão, execução e planejamento das atividades como um todo”, conta a diretora-executiva da Wetlands International Brasil e diretora técnico-científica da Mupan, Rafaela Nicola.
Em março, as viveiristas envolvidas na iniciativa receberam certificados de reconhecimento pela conquista do prêmio. O ato aconteceu na comunidade do Capão do Angico e teve a presença de representantes das associações comunitárias envolvidas na AquaREla Pantanal.