HERBERTIA SWEET COMO UM MODELO DE EVOLUÇÃO DE ESPÉCIES POLIPLOIDES NO BIOMA PAMPA.
Pesquisa Realizada por: Ariane Tonetto Vieira
Ano: 2020
Linha: Conservação manejo e uso sustentável de fauna e flora
Bioma: Pampa
A conservação de um dado bioma requer a compreensão dos mecanismos evolutivos e ecológicos que podem ter moldado os padrões de distribuição de sua biodiversidade. Assim, a poliploidia (existência de mais de dois genomas no mesmo núcleo) é um importante mecanismo, e pode ocasionar em mudanças morfológicas, reprodutivas, ecológicas, biogeográficas e adaptativas que impactam diretamente na diversificação das plantas.
A poliploidia pode, por exemplo, conduzir a mudanças relativas à biologia reprodutiva das espécies, como aumento do tamanho da flor e de seu número, alteração do néctar ou atraso na floração, o que pode influenciar nas taxas de cruzamento.
Logo, a poliploidia é considerada um mecanismo de especiação instantâneo, pois os indivíduos recém-surgidos podem desenvolver uma forte barreira reprodutiva em relação aos parentais, inviabilizando o fluxo gênico entre eles. Apesar da relevância das informações quanto ao papel da poliploidia na biogeografia, adaptação e evolução de plantas, não existem investigações neste sentido com espécies do bioma Pampa.
A percepção sobre os processos evolutivos que moldaram a diversidade presente nesta região está começando a ser estudada. Nesse contexto, o gênero Herbertia Sweet abrange oito espécies com diferentes níveis de ploidia, de polinização cruzada ou autofecundação, de morfologia variável e com diferentes padrões de distribuição geográfica ocorrentes nesse bioma.
Por se tratar de plantas bulbosas e com ciclo de vida longo, as espécies de Herbertia apresentam grande chance de se estabelecerem, mesmo frente a barreiras reprodutivas, por via assexuada. O objetivo deste projeto é a obtenção de dados que permitam estabelecer um panorama mais claro sobre os padrões de distribuição geográfica e das relações evolutivas das espécies de Herbertia para compreender o impacto da poliploidia na diversificação de plantas no bioma Pampa.
Adicionalmente, este projeto contribuirá com conhecimento adequado para direcionar planejamento futuro voltado a conservação de espécies dos ambientes campestres do Sul do Brasil.
Biografia:
Meu nome é Ariane e sou natural de Vitória, Espírito Santo. Sou bióloga formada pela Universidade Federal do Espírito Santo, onde fiz o mestrado em Genética e Melhoramento de Plantas. Atualmente, faço Doutorado em Genética e Biologia Molecular, no qual desenvolvo pesquisa sobre a evolução cromossômica das espécies de Herbertia, visando compreender a biogeografia, adaptação e diversificação dessas plantas no Bioma Pampa, e gerar conhecimento para direcionar planejamento voltado a conservação de espécies dos ambientes campestres do Sul do Brasil. Acredito que a conservação de um dado bioma requer a compreensão dos mecanismos evolutivos e ecológicos que podem ter moldado os padrões de distribuição de sua biodiversidade.