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Postado dia 31 março 2025

Diálogos pelo Clima reúne procuradores da Amazônia Legal para debater novas estratégias de combate ao desmatamento

Representantes do Sistema de Justiça Brasileiro, em parceria com organizações da sociedade civil, debateram estratégias de combate ao desmatamento em encontro da iniciativa Diálogos pelo Clima na Fundação Almerinda Malaquias (FAM), em Novo Airão, no Amazonas. A oficina reuniu Procuradores da República, juízes, representantes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), pesquisadores e sociedade civil, que atuam na Amazônia Legal, para trocas de experiência sobre melhorias na comunicação, cooperação e uso de tecnologia na conservação ambiental ligadas à mitigação das mudanças climáticas e soluções estratégicas e alternativas econômicas para a sustentabilidade. O grupo realizou visita técnica no Parque Nacional de Anavilhanas, parte do Mosaico do Baixo Rio Negro, que é um dos 120 parques apoiados pelo ARPA, maior programa de conservação de florestas tropicais do planeta, que tem gestão do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO). Também conheceram o projeto da FAM e a Comunidade de Santo Antônio, que tem ampliado a sua atuação com visitação ecológica em parcerias com as unidades de conservação. O grupo conheceu ainda produtos de projetos de sucesso apoiados pelo Programa COPAÍBAS, tais como os óleos da cadeia de murumuru da Associação dos Produtores Agroextrativistas da Colônia do Sardinha. A iniciativa Diálogos pelo Clima faz parte do Programa COPAÍBAS, que é financiado pela Iniciativa Internacional da Noruega para Clima e Florestas – NICFI, por meio do Ministério das Relações Exteriores da Noruega, e gerido pelo FUNBIO.

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Postado dia 28 março 2025

Seminário revela avanços na maricultura no RJ

Com o objetivo de apresentar resultados, compartilhar experiências e discutir perspectivas do futuro da maricultura no Rio de Janeiro, a cidade de Angra dos Reis recebeu, entre os dias 18 e 21 de março, o 4º Seminário do Projeto Pesquisa Marinha e Pesqueira voltado ao encerramento das iniciativas de Maricultura.  A programação também incluiu mesas temáticas e debates sobre licenciamento e regularização ambiental. Foi enfatizada a importância do fortalecimento do cooperativismo como estratégia para promover o engajamento social, estimular a participação efetiva da comunidade em decisões de interesse coletivo e incentivar práticas de comércio justo, garantindo uma divisão equitativa de lucros. Ainda foram discutidas formas alternativas de cultivo e novas fontes de renda para impulsionar a maricultura no estado.   Os participantes debateram a proposta de criação da Rede Mar, um modelo de integração entre instituições da maricultura. O objetivo é fortalecer a representatividade do setor na governança pública e incrementar parcerias com universidades e outras entidades. A estrutura da rede seria composta por grupos de trabalho dedicados a enfrentar desafios estratégicos, como a mortandade de vieiras, os entraves no licenciamento e o fortalecimento do cooperativismo entre instituições.  Da Costa Verde à Região dos Lagos, passando pela Região Metropolitana do Rio, a maricultura já não é mais a mesma, desde novembro de 2022, quando começaram a chegar os recursos da Pesquisa Marinha e Pesqueira para o apoio das iniciativas.   IED-BIG potencializa a produção e sustentabilidade de sementes na Ilha Grande  Para fortalecer a maricultura na Baía da Ilha Grande, o Instituto de Ecodesenvolvimento da Baía da Ilha Grande (IED-BIG) investiu na modernização do laboratório de larvicultura, focando na preservação e produção, em larga escala, de formas jovens da vieira da espécie Nodipecten nodosus.  “Conseguimos distribuir cerca de 1,5 milhão de vieiras e ostras, alcançando uma taxa de sobrevivência das sementes cultivadas de 1% para 50%. Além disso, implantamos a primeira unidade de depuração de moluscos bivalves do estado do Rio de Janeiro, potencializando sua comercialização na região. Essa unidade possui capacidade de processar 300 dúzias de vieiras ou ostras ou 450 kg de mexilhão por ciclo de depuração”, destaca Renan Ribeiro, diretor técnico do IED-BIG, responsável pelo Projeto de Repovoamento Marinha da Baía da Ilha Grande (Projeto Pomar).  Durante a apresentação de resultados, Renan também enfatizou a importância da conquista de uma embarcação motorizada e um laboratório equipado com tecnologias avançadas de biomonitoramento para o controle da qualidade da água durante o processo produtivo.   Fortalecimento da Algicultura em Angra dos Reis  Na Costa Verde, a Associação de Maricultores da Baía da Ilha Grande (AMBIG) tem impulsionado a algicultura por meio da estruturação de fazendas marinhas, expandindo o cultivo e manejo das algas da espécie Kappaphycus alvarezii, em Angra dos Reis.   Além disso, a AMBIG promoveu capacitações técnicas, abrangendo aulas teóricas, visitas técnicas e oficinas práticas. As atividades incluíram o ensino da construção e instalação de balsas, bem como métodos de beneficiamento e monitoramento das áreas de cultivo.  “Atingimos a marca de 13 toneladas de algas comercializadas pelos novos algicultores, implantamos oito fazendas marinhas para a sua produção, adquirimos 24 balsas, entregando duas para cada maricultor, além de materiais para a construção de uma terceira, e capacitamos 24 maricultores, que se tornaram multiplicadores dos conhecimentos adquiridos. Observamos que, ao iniciar o cultivo das algas, conseguimos ampliar os recursos disponíveis e aumentar a renda dos maricultores em R$ 65 mil, considerando o valor de R$ 5 por quilo de alga comercializada”, destaca Eduardo Lima Filho, da AMBIG.   Os próximos passos da Associação incluem a adoção de técnicas avançadas de manejo e cultivo, além do beneficiamento das algas para o desenvolvimento de produtos com maior valor agregado. Aumento da capacidade produtiva da Brigada Mirim   Com a missão de promover o desenvolvimento socioambiental da comunidade local, a Brigada Mirim Ecológica da Ilha Grande buscou melhorar a infraestrutura e a logística de sua produção ao longo do projeto. A instituição também criou uma fazenda-escola, um sistema de pequena produção, para a formação de brigadistas. A estrutura permitiu que os jovens participassem de todas as etapas de cultivo, desde a construção das estruturas até manejos diários e colheitas.  “Conseguimos adquirir barcos que nos permitem um manejo diário mais eficiente e ampliamos nossa fazenda marinha, incluindo espinhel e balsa, para desenvolver atividades com os jovens. No momento, estamos buscando novas parcerias para fortalecer nossa capacidade produtiva”, afirmou Cristiane Zanella, Engenheira de Aquicultura da Brigada Mirim Ecológica da Ilha Grande.  Capacitação e fortalecimento da produção de vieiras na Ilha Grande  A maior conquista do Instituto de Pesquisas Marinhas, Arquitetura e Recursos Renováveis (IPEMAR) foi implementação de um laboratório de sementes de bivalves.  “Colocamos o laboratório em operação e, na primeira larvicultura, produzimos cerca de 50 mil sementes. Desse total, 45 mil foram doadas à AMBIG, fortalecendo a oferta para os maricultores da região”, destacou Júlio César Avelar, coordenador do IPEMAR.  Além disso, o IPEMAR está promovendo capacitações sobre licenciamento ambiental para analistas das Prefeituras de Angra dos Reis e Paraty, disponibilizando material didático completo para apoiar o aprendizado. No início deste ano, estão previstas novas capacitações para Niterói e a Região dos Lagos.  Para ampliar a divulgação da atividade e do projeto, foram produzidos sete filmes informativos.    Conexão: Pesca Artesanal, Comunidade Cabista e Academia   Já na Região dos Lagos, Arraial do Cabo, a Lagos em Ação não apenas contribuiu para o avanço da cadeia produtiva, mas também promoveu a conectividade entre a pesca artesanal e as comunidades tradicionais e acadêmicas, para o progresso do desenvolvimento sustentável local.  “Implementamos e incorporamos tecnologias nas fazendas marinhas, o que resultou no aumento da produção na maricultura multitrófica. Além disso, melhoramos a logística para o transporte de insumos e produtos. Também ativamos o Grupo de Trabalho (GT) de maricultura na Reserva Extrativista Marinha do Arraial do Cabo, ampliando o diálogo com o ICMBio e mobilizando outras instituições”, destacou Murilo Marins, da Lagos em Ação.   Avanço da maricultura em Jurujuba   Na Região Metropolitana, é em Niterói que os maricultores, da Associação Livre dos Maricultores de Jurujuba (ALMARJ), tem avançado no ordenamento e na regularização das fazendas marinhas locais.   “Ao utilizar os recursos do Projeto Pesquisa Marinha e Pesqueira, conseguimos acelerar as ações de ordenamento e regularização da maricultura em Jurujuba, além de adquirir materiais para a montagem de um novo sistema de cultivo de mexilhões com espinheis duplos. Atualmente, estamos montando um espinhel por dia, e a instalação ocorrerá assim que obtivermos a autorização necessária”, revelou Mauricio Düppré de Abreu, coordenador técnico do subprojeto Maricultura COOPEMARJ.  Ampliação do apoio à maricultura no Rio de Janeiro  Durante o evento, a Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Fiperj) recebeu um aditivo de prazo e valor para dar continuidade às ações de fortalecimento da cadeia de maricultura no estado até dezembro de 2025, vinculadas ao projeto de Apoio ao Plano Estratégico da Aquicultura Costeira. As atividades se concentram principalmente na Região dos Lagos, na Baía da Guanabara e na Costa Verde.  

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Postado dia 27 março 2025

Quilombolas do território Kalunga ganham primeiro armazém para venda de produtos artesanais e do agroextrativismo em Goiás

A Associação do Quilombo Kalunga, que representa moradores de um dos maiores territórios de áreas remanescentes de quilombo no Brasil, ganha, este mês, o primeiro armazém para venda dos produtos da agricultura familiar e extrativismo, que irão beneficiar mais de 280 famílias de produtores e artesãos. O espaço, construído com o apoio do Programa COPAÍBAS, gerido pelo Fundo Brasileiro Para Biodiversidade (FUNBIO), contará com a presença de 80% de mulheres quilombolas à frente da comercialização e foi erguido em Cavalcante, em Goiás, terceira cidade com maior proporção de moradores quilombolas do Brasil, chegando a 57%, de acordo com o último Censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Temos muito orgulho ter construído nosso primeiro armazém pelas mãos da nossa comunidade e ter contado com o apoio do COPAÍBAS. Antes, produzíamos, mas não tínhamos um local para vender e perdíamos muito. Queremos organizar a cadeia produtiva do nosso território e, futuramente, criar nossa marca coletiva”, conta o presidente da Associação Quilombo Kalunga, Carlos Pereira, de 29 anos. Construído a partir da técnica de adobe pelos homens quilombolas da Associação, o 1º Armazém Quilombo Kalunga será inaugurado numa celebração que começa nesta quinta, dia 27, e vai até 30 de março. O evento contará com manifestações artísticas e exposição dos produtos artesanais da cultura quilombola. O objetivo do novo espaço é atrair todas as famílias do território e visitantes das cidades no entorno da Chapada dos Veadeiros e Brasília e, assim, expandir a venda dos produtos Kalunga, típicos do Cerrado, como a castanha do baru e o pequi. A lista inclui ainda alimentos produzidos de forma artesanal como a farinha do jatobá e a farinha Kalunga, rapadura, melado da cana e mel de abelha. E, também, a produção local de arroz e feijão, de mais de 3.500 quilombolas. Sobre o Território Kalunga O território abrange 39 regiões e está contido no perímetro de três municípios: Cavalcante, Teresina de Goiás e Monte Alegre de Goiás. E conta com mais de oito mil quilombolas. Em 2021, o território Quilombo Kalunga foi reconhecido, por um programa ambiental da ONU como o primeiro Território e Área Conservada por Comunidades Indígenas e Locais (Ticca) do Brasil. Para obter o Ticca, é necessário que o território seja uma área preservada, respeitando os costumes da população, o cultivo da terra e o trabalho exercido.

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