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Exposição ‘Mekukradjá Obikàrà: com os Pés em Dois Mundos’ chega ao MAC de Niterói em outubro
Com experiências imersivas, obras produzidas por jovens e mulheres indígenas, e imagens raras do povo Mebêngôkre-Kayapó, a exposição “Mekukradjá Obikàrà: com os Pés em Dois Mundos” já tem data e local para acontecer: chegará ao Museu de Arte Contemporânea de Niterói, no dia 28 de outubro.
Nela, indígenas Kayapó refletem sobre as transformações de sua cultura e o inevitável processo de absorção dos elementos de outras tradições, como a tecnologia. Em português, Mekukradjá Obikàrà significa “cultura impura”. Entre as obras expostas, estará uma grande tela pintada com grafismos por 15 mulheres indígenas durante o Acampamento Terra Livre, em abril de 2023 e peças produzidas pelos artesãos do povo Kayapó.
Com curadoria do Coletivo Audiovisual Beture, formado por indígenas desta comunidade, a mostra irá explorar as transformações na cultura Mebêngôkre-Kayapó, a partir da chegada de elementos como a tecnologia às aldeias, que são circulares tal qual a arquitetura do MAC, projetado por Oscar Niemeyer.
Com mais de 10 mil indígenas, o povo Kayapó habita seis terras indígenas no sul do Pará e norte de Mato Grosso, cortadas pelo Rio Xingu e seus afluentes. São cerca de 12 milhões de hectares que guardam, dado o alto nível de conservação da floresta, um estoque de 879 milhões de toneladas de carbono (o equivalente a 63 anos de emissões de gases de efeito estufa pelo município do Rio de Janeiro). Entre as lideranças da comunidade está o cacique Raoni, conhecido no mundo todo por sua atuação em favor dos indígenas e do meio ambiente.
“Os saberes e as tradições Kayapó abrem janelas de conhecimento para a conservação da floresta. A exposição mostra a convivência entre essa tradição e um presente e futuro dinâmicos, de que também fazem parte tecnologia, redes e intercâmbio”, diz Dante Novaes, gerente do projeto Tradição e Futuro na Amazônia, realizador da exposição.
Patrocinado pelo Programa Petrobras Socioambiental e gerido pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO), o TFA trabalha pelo fortalecimento da cultura Kayapó e pela consequente conservação da floresta. Para isso, conta com os apoios da Conservação Internacional Brasil e das organizações representativas da etnia: os institutos Raoni e Kabu, além da Associação Floresta Protegida.