Os problemas ambientais têm se tornado cada vez mais críticos e frequentes, sendo ocasionados, principalmente, pelo acelerado crescimento populacional aliado às ações antrópicas. Um exemplo é o aporte de esgoto doméstico, industrial e hospitalar em sistemas aquáticos, que altera a qualidade da água, podendo comprometer os níveis tróficos e consequentemente o funcionamento regular do ecossistema local.

A partir desse contexto, uma das técnicas biológicas que vêm sendo empregadas para a recuperação e a atenuação dos impactos, é a biorremediação, definida como o uso de processos biológicos para degradar, transformar e remover contaminantes do ambiente.

Os moluscos bivalves estão sendo amplamente difundidos, pois, são abundantes em ecossistemas aquáticos e possuem alta tolerância a vários poluentes, podendo bioacumular e translocar estes poluentes através da cadeia trófica.

Dessa forma, visando testar a biorremediação em lagunas costeiras eutrofizadas, a Lagoa Rodrigo de Freitas foi escolhida como modelo, por sustentar importante biodiversidade e por apresentar problemas ambientais como excesso de matéria orgânica, ocorrência de microrganismos patogênicos, baixa oxigenação da água, esporádicas mortandades de peixes, além de ser um ecossistema de alto interesse paisagístico, turístico e econômico para a cidade do Rio de Janeiro.

A pesquisa é baseada na identificação dos invertebrados filtradores, que inclui coleta de dados abióticos (pH, temperatura, salinidade, oxigênio dissolvido), triagem, identificação, quantificação dos indivíduos coletados, e avaliação das taxas de filtração e consumo dos organismos através de experimentos, em condições controladas.

Espera-se elencar os organismos com melhores níveis de eficiência na remoção de matéria orgânica e fornecer arcabouço para medidas de manejo sustentáveis baseadas na biorremediação e, potencialmente biomanipulação, para a recuperação e atenuação dos impactos gerados pelo aporte excessivo de esgoto em sistemas lagunares.

Currículo Lattes