A poucos meses de finalizar os trabalhos, o projeto Toninhas do Espírito Santo adquiriu um moderno aparelho de sequenciamento genético que vem impulsionando suas pesquisas na reta final. Pequenino e portátil, o MinION ganhou fama recentemente ao ser usado para sequenciar o genoma do primeiro caso de coronavírus no Brasil. Agora, ajuda a elucidar o grau de diferenciação genética das toninhas do Espírito Santo em relação às do Rio de Janeiro. 

“Isso é muito importante para definirmos as estratégias e o status de conservação dessas populações: se as do Norte estão separadas das do Sul, temos que olhar para cada uma de forma particular”, explica a pesquisadora Haydée Cunha, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). 

A grande vantagem do novo aparelho é que ele permite a leitura de sequências longas de DNA – ao contrário dos equipamentos antigos, que sequenciavam apenas fragmentos. “Com a técnica atual podemos sequenciar praticamente o genoma inteiro, então temos acesso a muito mais informação, em menos tempo e com o mesmo custo”, explica Haydée. “É o equipamento dos sonhos”. 

Texto originalmente produzido pelo jornalista Bernardo Camara para a newsletter “Linhas do Mar” para divulgação do Projeto de Apoio à Pesquisa Marinha e Pesqueira e do Projeto Conservação da Toninha.