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COPAÍBAS apoia criação de três RPPNs no Cerrado, em Minas e Tocantins
Três Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) foram criadas no Cerrado no primeiro trimestre deste ano com apoio do Programa COPAÍBAS, somando 1.370 hectares a mais de áreas protegidas no bioma (extensão um pouco maior que a do município de Manaus). Duas delas ficam no estado de Minas Gerais (RPPNs Vale dos Encantados e Lua Branca) e uma em Tocantins (RPPN Serra). Elas se somam aos projetos Vale dos Encantados, que busca incentivar a criação de RPPNs na Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço (MG), BRPPN Cerrado, que auxilia na criação e elaboração de Planos de Manejo de RPPNs, e Aroeira de Conservação de Áreas Privadas, que visa reduzir o desmatamento protegendo áreas particulares relevantes no Cerrado, com atuação na Chapada dos Veadeiros (GO) e Jalapão (TO).
Para André Alves de Souza, proprietário da Vale dos Encantados (MG), na cidade de Olhos d’Água, a criação da RPPN de 121 hectares é resultado concreto da parceria com o COPAÍBAS. “Foi a equipe do COPAÍBAS quem me convenceu que o modo mais eficaz para consolidar e garantir a conservação ambiental da propriedade era a formalização de uma RPPN”, explicou.
Souza lembrou que, desde 2019, vinha buscando uma forma de criar uma área de conservação nas terras que englobam a antiga Fazenda Granjas Reunidas Gleba, que ele adquiriu naquele mesmo ano. A região, que já concentrou uma intensa atividade agropecuária e madeireira, passava por um vigoroso processo de regeneração de sua vegetação. “Percebi que qualquer atividade econômica convencional poderia interromper aquela evolução. Por isso, surgiu a ideia de criar uma área de conservação, em vez de destinar o imóvel à produção agrícola”, disse.
À medida que percorria o terreno, Souza também foi se deparando com espécies da fauna e flora em extinção: canela d’ema, coroa de frade, mandapuçá, anta, lobo guará, tatu canastra, tamanduá-bandeira. “A grande diversidade de animais encontrados no terreno se deve à variedade de frutos do cerrado que ali se encontram, como pequi, araticum, cajuína, buriti, jatobá, murici, fava d’anta, gabiroba”, descreveu.
Com 1.019 hectares, a RPPN Serra representa 15% do total de terras privadas protegidas no Tocantins. Localizada no município de Aparecida do Rio Negro, a propriedade de Walter Ivar Nan Halst fica numa região de muitas trilhas, cavernas e atividades de ecoturismo. Segundo ele, a intenção de criar uma área de conservação começou a tomar forma em 2018, ano em que comprou a propriedade. “Consegui registrar o terreno em meu nome apenas no ano passado. Foi quando comecei a conversar com o pessoal do ICMBio e Funatura, que me orientaram no processo. A entrada do COPAÍBAS foi fundamental para a conclusão desse trabalho. Eles nos deram todo o suporte e apoio necessários para termos a nossa RPPN consolidada”, explicou.
Já a RPPN Lua Branca (MG), localizada no município de Serro, conta com 230 hectares e está situada na APA Estadual Águas Vertentes, próxima ao Monumento Natural Estadual Várzea do Lajeado e Serra do Raio e de outras duas RPPNs, Terra do Sol e Terra da Unidade. “Essa é uma RPPN contemplada pelo projeto BRPPN Cerrado, dentro do Programa COPAÍBAS. É uma área de imensa importância pois faz parte da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço”, explicou Marcondes Lomeu Bicalho, analista de projetos responsável pelas Unidades de Conservação no COPAÍBAS.