DIVERSIDADE DE VÍRUS EM MORCEGOS POLINIZADORES DO CERRADO
Pesquisa Realizada por: Igor Daniel Bueno Rocha
Ano: 2020
Linha: Conservação manejo e uso sustentável de fauna e flora
Bioma: Cerrado
Nível Acadêmico: Doutorado
A relação entre morcegos e vírus tem sido amplamente discutida devido à capacidade de os morcegos se tornarem reservatório de vírus de interesse médico. Isso gera uma grande preocupação com a conservação desse grupo, uma vez que os morcegos exercem diversos serviços ecossistêmicos importantes, como dispersão de sementes, polinização e controle de insetos, incluindo pragas agrícolas.
Os ecossistemas naturais, incluindo o Cerrado, estão perdendo rapidamente espaço para ambientes antropizados (cidades e agropecuária, por exemplo), o que cria um gradiente de pressões para espécies que toleram essas mudanças no uso da terra, como ocorre com os morcegos. Ao mesmo tempo, isso aproxima humanos e morcegos, o que gera desconforto ao primeiro e uma ameaça a conservação do segundo.
Ainda é uma lacuna para o Brasil, em especial para o Cerrado, a discussão dos vírus presentes em morcegos e seus ectoparasitas no ambiente urbano e cavernícola. Também é pouco conhecido o potencial dos parasitas externos de morcegos (moscas, por exemplo) compartilharem vírus com seu hospedeiro e disseminar para outros indivíduos da mesma colônia.
Para contribuir com a discussão, meu objetivo com esse projeto é identificar e comparar a diversidade e composição dos vírus presentes em morcegos e seus ectoparasitas em colônias de cavernas e ambientes urbanos do Distrito Federal. Para efeito de comparação uma espécie nectarívora (Glossophaga soricina), comum tanto em cidades, quanto em cavernas será utilizada como modelo.
O material genético de diversos órgãos será extraído, amplificado e sequenciado por metagenômica para conhecermos a comunidade viral presente nesses indivíduos. Para medidas eficazes de conservação dos morcegos, é necessário conhecer a ecologia do grupo, incluindo suas relações de parasita-hospedeiro com os vírus, podendo ser verificado diferentes parasitas de acordo com o ambiente onde o hospedeiro está e a descoberta de potenciais vírus inéditos para morcegos, como vem ocorrendo nos últimos anos.
Biografia:
Igor Daniel possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade de Brasília (UnB) e mestrado em Ecologia pela mesma universidade. Atualmente é doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Ecologia - UnB. Trabalha com metagenômica, conservação de morcegos e serviços ecossistêmicos associados no Laboratório de Biologia e Conservação de Morcegos. Possui um fascínio pela área da educação, tendo trabalhado como professor de educação básica de Ciências (ensino fundamental) e Biologia (ensino médio) em escolas públicas e particulares do DF e Goiás.